Lucas Santos Lima e Diego de Sousa
Na segunda-feira, 2 de novembro, ocorreu a Mesa Portugal Telecom: uma radiografia de nosso mundo, com nomes reconhecidos como Gonçalo Tavares e Teixeira Coelho. Este último é mestre em Ciências da Comunicação e doutor em Teoria Literária. Entre suas obras destacam-se Moderno Pós Moderno, Guerras Culturais e História Natural da Ditadura, livro que ganhou o prêmio Portugal Telecom na categoria de melhor livro de literatura ficcional.
Gonçalo Tavares é um escritor da literatura portuguesa atual que, tendo nascido em Luanda, logo cedo vai para Portugal. Com uma estreia de sucesso em 2001 com a obra Livro da Dança nos anos seguintes publica várias obras. Ganhou o prêmio Portugal Telecom em 2007 e elogios de José Saramago devido a obra Jerusalém.
Como mediador da mesa figurou Claudiney Ferreira, jornalista e gerente das áreas de Literaturas e Mídia do Itaú Cultural, que durante a década de 90 foi representante da BBC de Londres no Brasil, trabalhou na revista Exame, na TV Cultura de São Paulo, Fundação Roberto Marinho, entre outros. Claudiney Ferreira já estava no recinto, pois antes da mesa havia apresentado o Projeto Conexões.
A mesa começa com o questionamento principal sobre a radiografia do mundo através das obras dos autores presentes, partindo do comentário de Teixeira Coelho afirmando que sua obra não demonstra intrinsecamente a realidade e sim é uma espécie de reflexo desta, acenando a possibilidade de ser assim com o gênero literário em geral. Em resposta a pergunta principal Tavares comenta que o que é realmente necessário, seria talvez uma radiografia da mente humana.
Em seguida, Teixeira Coelho comenta sobre a política em sua obra,para responder a questão proposta por Claudiney Ferreira, afirmando que estudou em uma universidade em tempos de ditadura num clima em que todos necessitavam de um posicionamento político, claramente refletido em sua obra.
Relembrando a frase dita pelo mediador no princípio da mesa, que a boa literatura incomoda por isso a mesa iria incomodar, Tavares comenta sobre o caráter um tanto quanto ceticista e pessimista de sua obra, e destaca a importância de tais características para tirar o leitor de uma certa letargia.